A minha esperança era encontrar um ônibus que partisse do estacionamento naquele momento, mas logo findou-se com a negativa do motorista.
Ainda não satisfeita com todo o percurso, minhas pernas queriam mais. E eu, novamente, as obedeci e me pus a correr mais rápido do que antes, com os olhos lacrimejando mais intensamente do que antes (mas desta vez eu estava chorando), sentia meu coração tão maior do que a capacidade de sustentação do meu peito e, caso eu me recusasse a obedecer meu 'ser interior' eu teria um treco.
Eu sabia que não era justo comigo não ceder a esta vontade, afinal de contas a noite passada e o dia de hoje foram intensos e dolorosos, compostos por raiva, arrependimento e muitas lágrimas. O silêncio do lado de lá me castigou duramente todo esse tempo e, apesar de triste, me senti estranha não encontrando até o momento as palavras certas para tal descrição. Chorei incontáveis vezes durante o dia, mas respeitei meu silêncio, o momento e o silêncio alheio. Conversei com a minha "voz interior", trocamos pontos de vista e opiniões e me senti reconfortada, acolhida por saber que ela, mesmo sem saber ao certo o que aconteceu, me abriu os braços e, mesmo distante, me deu colo. Ela sempre aparece quando eu mais preciso.
Agora, já dentro do ônibus e menos agitada, tendo escrever estas palavras, mas com bastante dificuldade em virtude do balanço que o ônibus faz. Minhas pernas se recuperam e se preparam para mais um longo caminho frenético até meu destino. Minha cabeça, assim como as pernas, estão aceleradas e passa por ela momentos, palavras, gestos e lembranças que (de repente) eu não queria que tivesse acontecido. O telefone já esta em punho, e a respiração ofegante está tentando voltar ao normal. Preciso diminuir o ritmo, ou meu coração sairá pela boca.
Meu destino se aproxima, já estou na esquina e posso avistar as luzes, carros e, ficando cada vez mais perto, posso ouvir as vozes e perceber os movimentos. Parei na frente da porta e ouvi o celular, la dentro, tocar e a chamada ser rejeita. A mensagem remetida por mim, ser ignorada. Convicta de que as coisas não podiam ficar do jeito que estavam, nem simplesmente serem deixadas para depois, eu toquei a campanhia e entrei: é aqui e agora que as coisas serão decididas."
** Esta história conta o dia de ontem, sexta-feira 13 de agosto de 2010,
** Estas palavras, por incrível que pareça, foram escritas no real movimento do ônibus, e elaboradas, tomando forma em minha mente enquanto eu corria. O resultados ou o final dessa história ainda não se concretizaram, mas assim que este se concretizar, eu termino de contar
Um comentário:
aiiiiiiiiiii é o mês do cachorro louco, como pude deletar essa informação fundamental na minha vida?! TOOOODA A DIFERENÇA.
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