segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Delete

"Por favor, confie em mim. Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os 'As'. Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo"

Markus Zusak - A menina que roubava livros


Eu sei de coisas que eu preferia não saber.
Eu conheço pessoas que eu preferia não conhecer.
Eu sei da existência de pessoas que, agora, eu preferia que continuassem no anonimato, que fossem apenas um nome que a gente pode passar a borracha e apagar.
E tudo o que começou de forma diferente, de forma diferente tem permanecido até então. E justamente por ser tudo tão diferente é que pra mim as coisas parecem absolutamente claras: só não vê quem não quer [o pior cego é aquele que não quer enxergar].
De que forma 'lutar' ou passar por isso? Eu não tenho a menor ideia, e quando momentos como esse, em que a mente fica completamente em branco, eu paraliso. Não sinto raiva nenhuma, apenas um 'vazio' uma certa tristeza por saber que (in)felizmente existem coisas com as quais eu jamais poderei lutar que o resultado, pra mim, será sempre a derrota. Eu não entro em uma batalha pra perder, então me resta apenas conformar-me com isso, e aceitar que os fatos não mudarão mesmo que seja o que eu mais quero no mundo; que não basta só eu querer.
Não existe certo ou errado: existe o que é melhor pra mim!
Quem 'perde' com tudo isso? Quem sai prejudicada? Quem pensa nisso? Quem é consumida por isso, por esse aperto que dá cada vez que algo remete a isso? Quem optou por isso? Quem disse "sim" mesmo sabendo de tudo? A resposta pra todas essas perguntas é apenas uma, composta por duas vogais: E.U.

...

"Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calma e perdoo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas de que eu me lembre."
(Clarice Lispector)

Nenhum comentário: