sábado, 8 de agosto de 2009

Retribuição

"O que é meu irmão?
Eu sei o que te agrada
E o que te dói (e o que te dói)
É preciso estar tranquilo, pra se olhar dentro do espelho
Refletir!..."
Eu sempre me preocupei mais com os outros do que comigo. Faço absolutamente tudo o que estiver - e o que não estiver - ao meu alcance em prol de um amigo ou de alguém que eu goste. E muitas das coisas que eu fiz por algumas pessoas, eu fiz sem vontade, contra meus princípios, meus valores, meus desejos. Mas fiz, porque entendo que numa amizade não se pode haver egoísmo.
Mas, infelizmente, esse é um ponto de vista meu. Infelizmente. Já quebrei árvores - não foram nem galhos - pra muita gente, já perdi o sono em função dos problemas de amigos sempre buscando a melhor forma de resolvê-los, convivi com pessoas que eu não gostava e fui a lugares que nem sempre eu quis estar, mas eu fui pela parceria, pela amizade. Atendi telefonemas durante a madrugada pra consolar um amigo, ou simplesmente pra ouvir as besteiras que falam quando bebem mais do que podem. Carreguei muito pinguço pra casa, banquei muitas festas para amigos sem esperar que me "devolvessem" esse dinheiro, naquele momento eu queria apenas a companhia destes.
No entanto, em troca de todas as doações materiais e emocionais que eu tenho feito, nem sempre eu recebo em troca da forma que mereço. Em determinado caso, dediquei mais de 15 anos da minha vida à uma amizade que, por coisas que eu não disse, findou-se. Uma amizade de uma vida inteira, acabou do dia pra noite. Àquela cumplicidade, aquela empatia, toda a ligação que cresceu e se estabeleceu foi rompida por uma coisa que eu não fiz à uma terceira pessoa.
E como me magoa a forma como as pessoas recebem minhas negativas. É extremamente difícil eu dizer "não" a um amigo e, realmente, dizer "não" é uma coisa que me incomoda e eu acabo, muitas vezes, mudando os meus planos pra atender um amigo.
Sempre ouvi que, quando damos uma coisa a alguém, não devemos esperar nada em troca. E isso é fato. Durante a semana recebi um e-mail, daqueles que devemos responder a meia dúzia de perguntas e passar pra todos os seus contatos que em 13 minutos o seu pedido se realiza (Aff!). Me rendi a isso, resolvi perder alguns minutos do tempo e respondi as perguntas. Na primeira parte do teste, uma das perguntas pedia que eu escolhesse um número. Na segunda parte dizia que, este número que eu havia escolhido, era o número de amigos de verdade que eu tinha. E é verdade. O número é 2. E uma dessas duas amigas, que eu sei que será realmente pro resto da vida, é a minha mãe. A outra? Bom, deixa que elas mesmas se considerem, está no coração de cada uma delas, mas só eu sei a resposta.

"...O que é, o que é!
Seja você quem for
Eu te conheço muito bem!
Isso faz bem pra mim, isso faz bem pra vida.
Aonde quer que vá, eu vou estar também..."
(...)
E, esses dias trovando fiado no MSN, me disseram que eu era careta. E sabe o quê eu descobri? Que eu realmente sou careta. É! Em vinte anos eu nunca coloquei um cigarro na boca, nem maconha, nem qualquer outro tipo de droga ilícita no meu organismo. Nunca fugi de casa, nunca voltei pra casa numa viatura - só escoltada -, meus pais nunca tiveram que me buscar em delegacias ou coisas parecidas, sempre estive nos lugares que disse que estaria, nunca tive muitos namorados, nem rolos. Ao contrário de pessoas que eu conheci - mas que agora desconheço - nunca dei motivos ou fiz alguma coisa que envergonhasse a minha família - pelo menos eu não lembro. E sabe o que eu descobri depois dessa reflexão careta toda? Que eu adoro ser assim. Praticamente geração saúde.
(...)
E como eu fico triste quando as pessoas são mal agradecidas quanto a amizade. Na quinta sai com a Marina e o Maurício, e em determinado momento ele disse: "Vocês não falam?" e a Mari respondeu: "Não, a gente só se olha!" - como eu amo minha "mana do meio". E, na sexta a noite, me fizeram um pedido, daqueles de amiga, que, amiga que é amiga mesmo, entende. Me mandaram embora. É claro que eu entendi, porque em inúmeras vezes eu tive vontade de ficar sozinha quando eu estava cercada de pessoas, e hoje, que ela me buscaria para fofocarmos, a demora me mandou uma mensagem, e a voz dela ao telefone me confirmou a mensagem recebida. Ela não me buscou e eu fiquei em casa. Se eu me importei? Beeeem capaz!! Mais tarde dei uma passadinha para vê-los - depois de saber o "enredo" da mensagem - e tudo estava realmente normal.
Isso chama-se AMIZADE quando o outro entende que, naquele momento, tu quer ficar sozinha pra pensar na vida, pra chorar, pra não descarregar a raiva em quem não merece ou, até mesmo quando tu não pode sair, não que tu não queira, mas porquê um motivo te "pediu" pra ficar em casa. A CUMPLICIDADE e a SINCERIDADE são a base de qualquer relacionamento e, como a AMIZADE não seria diferente. O feeling que se adquire com o passar do tempo, onde apenas um gesto ou um olhar diz mais do que tudo, e só com RESPEITO e CONVÍVIO que isso se estabelece.

"(...)
É tão forte quanto o vento quando sopra
Tanto forte que não quebra, não entorta
Pode crer, pode crer
Eu to falando de amizade!"

Um comentário:

Reka! disse...

Obrigada por ser minha amiga pintinho!
É uma via de duas mãos...a gente se cruza, as vezes uma de cada lado, as vezes lado a lado...nunca tão perto que enjoe e nem tão longe que se perca o fio...
Amo tu tatu!