domingo, 14 de junho de 2009

Um longo e misturado misto


Como diz o título,"Um longo e misturado misto" de sentimentos tomou conta de mim, no mesmo instante, neste domingo. Era frio e eu vestida quase que de pijama - aquele clássico abrigo cinza usado para dormir em noites frias de inverno - na casa da minha avó ajudando ela a organizar as coisas para o chá da tarde. Por descuido não carreguei comigo meu celular. Quase no final da tarde, pego meu bichinho cor de rosa e me deparo com a seguinte frase: "2 novas mensagens"! A primeira, me deixou extremamente preocupada e um tanto quanto chateada - no entanto, para evitar (mais) problemas não citarei o conteúdo destas tampouco seus remetentes - a outra, exatamente lida no momento certo, me confortou. Liguei, conforme solicitado e a sensação de conforto aumentou mais ainda.
Cheguei ao meu destino - já sem o abrigo cinza - ainda tomada por uma grande quantidade de raiva, no entanto um pouco mais contida. E como sempre "aquele" abraço me conforta. Duas taças de vinho, pizza, brigadeiro, fofocas e conversa. Muita conversa. Ela sempre me liga quando eu to sem rumo, meio desnorteada e quando eu to desesperada pra falar com alguém. Ela sempre me liga nas horas certas. Acho que ligaram algum fiozinho em nós que, mesmo distantes, permanecemos constantemente próximas. E isso me faz bem.
Relaxei, fiquei com língua e os dentes pretos em função do vinho, recebi palavras de conforto e incentivo. No entanto, não minimizou de todo a forma como me senti chateada quanto a outro acontecimento. Mas passa. "Nada mais tem a ser dito a respeito."
(...)
Já em casa, organizando minhas coisas da faculdade, do inglês, remetendo e-mails aos meus fornecedores, fiquei feliz. Me senti útil fazendo as coisas que eu gosto, porquê cada dia mais eu tenho certeza que eu estou estudando o curso certo, que estou cada vez melhor no meu idioma e que meu novo trabalho, aos poucos, tem dado cria. E eu estou muito feliz, obrigada! Ao contrário de uns e outros que... Bom, melhor nem comentar.
No entanto, frente a toda essa felicidade profissional onde todos os méritos são única e exclusivamente meus, li a crônica da Martha Medeiros na Zero Hora deste domingo e me inspirei de certa forma: por muito tempo eu ouvi milhares de coisa a meu respeito, muitas delas eram mentira, outras tantas tinham um certo fundo de verdade, mas a grande parte dessas coisas eu ouvi quieta. Chorei no meu canto, me senti injustiçada, mas nunca baixei a cabeça para esse tipo de gente. Hoje, um pouco mais madura e menos (im)paciente, aprendi, de certa forma, a separar os fatos e as situações. Lazer é lazer, trabalho é trabalho - ainda na questão de que "o que eu faço do portão pra fora, ninguém tem nada a ver". E me orgulho de ser assim, mesmo sendo meio maluca e impulsiva, mas mesmo assim em muitos aspectos sei que eu tenho razão. Por outro lado, com tudo isso eu aprendi a expressar as coisas que eu sinto - nem sempre da forma mais adequada - e em nenhuma das vezes que escrevi em meu blog tive a intenção de prejudicar as pessoas que eu gosto e espero não fazer isso. MAS como toda história tem duas versões, há aqueles que o "chapéu serve", mesmo que as coisas estejam escancaradas. E eu não posso fazer nada, porque se o "chapéu serviu" tá na hora de alguns conceitos serem revistos, certo?!
Mas, vontando a crônica da Martha, em que ela questionava se dentro dela ainda era um lugar bom de se viver, faço minhas inteiramente as palavras dela:
"(...)De vez em quando é necessário se perguntar se dentro de nós é um bom lugar para se viver. Depois de ler a poeta carioca, eu tenho me perguntado. E a resposta, sem nenhum ranço pseudointelectual, sem nenhuma espécie de autoaversão, ou seja, da forma mais simplória, é que sim, eu sou um bom lugar para se viver.Dentro de mim há pensamentos demais, o que torna tudo meio caótico, mas tenho tentado dar uma arrumada nessas ideias e manter cada uma em sua gaveta. Há também sentimentos variados, mas de forma alguma vou expulsá-los, deixo que circulem à vontade por esse meu corpo que lhes serve de ringue, já que eles às vezes brigam uns com os outros.Dentro de mim é sempre verão e toca música o tempo inteiro, e mantenho uma satisfação secreta que precisa se manter secreta para não passar por boba. Há crianças e adultos dentro de mim, todos da mesma idade. Aqui dentro existe uma praia e uma montanha coladas uma na outra, parece até Rio de Janeiro, só que os tiroteios são feitos com bala de festim. Dentro de mim estão muitas lágrimas que não foram choradas para fora e muitos sorrisos que, de tão íntimos, também guardei. Dentro de mim são produzidas algumas cenas sofisticadas e também roteiros de filme B. Um universo movimentado e contraditório: como não gostar de viver aqui dentro?(...)"
E em ti, é um lugar bom de se viver?!
Bom, a partir de agora numa nova filosofia de vida - que, surpreendentemente tem me feito respirar fundo e pensar um milhão de vezes antes de esganar alguém:
"Cabe aos sábios entender os ignorantes!!!"
Boa semana a todos!!!
Beijo beijos
P.S.: Esse tipo de censura acabou tem um certo tempo. Nos dias atuais, expressar o que sentimos e pensamos é mais que permitido - ainda mais para comunicadores como eu - e absolutamente nada do que é escrito aqui é novidade para ninguém. Por tanto, antes de me criticarem ou "vestirem seus chapéus" olhem-se no espelho e me digam o que estão vendo. Ai sim, depois sintam-se a vontade para me criticar.

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