"Vim gastando os meus sapatos Me livrando de alguns pesos Perdoando meus enganos Desfazendo minhas malas Talvez assim chegar mais perto. Vim achei que eu me acompanhava E ficava confiante Outra hora era um nada A vida presa num barbante E eu quem dava o nó.
Eu lembrava de nós dois mas já cansava de esperar E tão só eu me sentia E seguia procurar esse algo alguma coisa alguém que fosse me acompanhar.
(...)
Vem eu sei que tá tão perto e porque não me responde Se também tuas esperas te levaram pra bem longe (é longe esse lugar!) Vem nunca é tarde ou distante pra eu contar os meus segredos A vida solta num instante tenho coragem tenho medo sim Que se danem os nós"
Que se danem os nós - Ana Carolina
Acordei irritada, agitada, com um nó na garganta e uma vontade absurda de chorar. Mas não consigo. Não escorre uma lágrima dos meus olhos "Minhas lágrimas não caem mais, eu já me transformei em pó...". Já não entendo mais nada do que acontece ao meu redor e comigo, já não conheço mais as pessoas com quem me relaciono e/ou já me relacionei, já não reconheço os meus desejos, os meus sonhos e a intensidade com que eu quero que isso se torne real, palpável.
O sonho da noite passada foi tão real que me deixou exatamente assim como eu estou agora: desnorteada. Como pode, em um sonho eu pude sentir a textura e a maciez da pele, o cheiro daquele perfume que eu jamais vou conseguir esquecer, os fios de cabelos finos e tão macios quanto os de uma criança, aquela voz que é forte e vibrante, mas os mesmo tempo muito doce.
Acordei sorrindo, o que não poderia ser diferente. Meus braços estavam posicionados como se eu estivesse a dar-lhe um abraço. Mas era só mais um sonho como o da noite anterior, e o da anterior, e o da anterior...
Eu tenho as minhas convicções, as minhas razões e uma infinidade de motivos que me convencem a não me manifestar, porque eu respeito o meu corpo. "Eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos" e se hoje eu me permito sentir tudo isso e ter reações e atitudes completamente opostas ao que eu sinto é porque a razão me ensinou a ser assim. As pedras que carrego nos bolsos me ensinaram que, quanto mais pedras eu carregar, mais eu serei capaz de vencer e que se alguma coisa não deu certo (ainda) é porque não é a hora.
A gente custa pra entender e acreditar nisso, eu custei muito me perguntando uma série de vezes "Por que tudo isso (não) acontece comigo?!" e até hoje não obtive respostas. Chega uma hora que a gente cansa de esperar, que até chorar ou se lamentar por aquele mesmo motivo que te martiriza há tanto tempo, cansa e irrita "Cansei de chorar feridas que não se secam, não se curam" E eu, racionalmente, cansei. As últimas atitudes e palavras direcionadas à mim me fizeram tão mal (ou bem, o que depende do ponto de vista) que agora o que eu quero de verdade é que tudo se exploda. O botãozinho do "foda-se" emperrou!!!
Porque é justamente quando eu to bem, quando todas as minhas perguntas foram respondidas e quando as minhas feridas começando a cicatrizar que o meu mundo, do nada, vira de cabeça para baixo e eu não sei de mais nada!!!
Me sinto pouco a vontade para relatar às pessoas, até mesmo as mais próximas, o que me incomoda, o que me aflige e isso acontece porque sinto que essas pessoas, de certa forma, me recriminam, me "crucificam" por eu sentir o que sinto, por meu pensamento ser constante, por meus sentimentos serem fortes, intensos e extremamente verdadeiros e, pra não receber criticas e "pedradas" no lugar de palavras de conforto, eu me calo. Guardo pra mim tudo isso e mais um pouco, como tem sido há exatos três meses.
"Todo sentimento precisa de um passado para existir. O amor não! Ele cria como por encanto um passado que nos cerca. Ele nos dá a consciência de havermos vivido anos a fio com alguém que a pouco era quase um estranho. Ele supre a falta de lembranças por uma espécie de mágica..."
Ana Carolina
Um comentário:
Liberaaaa esses sentimentos... por fvr... Ah, lembranças... Projeto o futuro, daqui pra frente!
Beijo!
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