domingo, 20 de março de 2011

Relatos de um tempo fora - parte 2

Quanto mais os dias passam e as coisas acontecem, menos tudo faz sentido pra mim.
Do décimo sexto andar eu contemplo o sol nascer no Guaíba e a cidade aos poucos acordando. Enquanto isso a brisa da manhã toca meu rosto e acaricia meus cabelos, me dando bom dia!
A medida que os carros e as pessoas vão colorindo e dando movimento à cidade, eu meu pergunto: "O que o dia me reserva pra hoje?!". Avisto lá embaixo um mar de gente que corre o dia todo, todos os dias, que não sabem nem da minha existência, assim como eu não sei da existência delas e me questiono: "Quantas tantas pessoas eu já conheci ao longo dos anos e que hoje desconheço?!" Eu sou uma dessas pessoas que por anos eu conheci, e hoje me desconheço. Não me reconheço e me vejo perdida no meu próprio mundo.
E no meio desse turbilhão todo, fui surpreendida por algo que foi se chegando de mansinho, como quem não quer nada e foi conquistando seu espaço. Meio de canto, de forma discreta foi tomando conta de mim de uma forma que eu nem percebi e jamais suspeitaria. Me deparei inúmeras vezes com os obstáculos resultantes do domínio de tudo isso em mim e o diagnóstico me surpreendeu: eu, que sempre disse que só era dominado por isso, quem tinha falta de vergonha na cara, fui pega, dominada e amarrada a tudo isso. Surpresa, raiva e um certo nível de desespero: foram essas as minhas reações. A situação, os fatos que aconteceram me deixaram doente fisicamente, internamente e emocionalmente e só quem pode recolher os pedaços que ficaram pelo chão, secar as lágrimas derramadas e dar um passo de cada vez, sou eu mesma.
E, em meio a tudo isso, a brisa ainda beija meu rosto na altura do décimo sexto andar,me chamando para ir com ela. Assim, eu pulo!


*** Mais uma marca que me deixou, e essa será pra sempre. Em sete meses tudo mudará pra sempre! ***

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