quarta-feira, 12 de maio de 2010

TRANSBORDOU...

Já aviso de antemão que não serei nada breve neste post e que, neste exato momento, meus olhos encontram-se bastante inchados devido as lágrimas que rolam, incessantemente, há cerca de três horas. É bastante provavel que a maioria das pessoas que correr seus olhos por este texto não perceba sentido em uma só palavra expressa aqui, e o meu objetivo não é ser compreendida tampouco defendida. A Réka ja me disse, certa vez, que eu sou incompreendida e eu não teria agora a pretenção de que me compreendam.
Não darei explicações a respeito do assunto, não farei comentários e tampouco abrirei meu coração de forma explicita e clara pra quem quer seja: só eu sei o que eu sinto e o que eu penso agora e em tantos outros momentos.
Há muito tempo eu venho falado dos meus limites, do quanto eu tenho estado chateada com uma série de coisas, de como minha cabeça andava cheia, confusa e completamente no escuro. Procurei de diferentes formas - cientificas, espirituais, caseiras, sentimentais... - afastar de mim toda essa grande confusão e misturança de sentimentos, pensamentos e sensações, mas não tive muito sucesso.
Na boca eu zelo por cinco inconvenientes pontos cirurgicos originados da extração de dois dentes, que me incomodam, me agoniam e me preocupam. A cabeça dói do mesmo lado em que os dentes foram tirados. O ouvido também dói. Coincidencia? Não sei.
No estômago a gastrite está em conflito com as borboletas - que no momento encontram-se de greve - e isso me gera, além de dor, um desconforto desgraçado. Omeprazol com força nela.
Mesmo não comendo praticamente nada durante o dia a barriga cresce alimentada por uma coisinha chamada stress. Sim, stress engorda!! Guerra com o espelho, guerra com as roupas...
Sou a dinda do Henrique, a irmã da Ana Maria, a neta do Seu Carlinhos e da Dona Eva, a filha da Ana Regina. A "pintinho" da Réka, a "Fedor" da Drika e a Mari pros demais. Tenho cabelos castanhos claros, com mechas californianas nas pontas, olhos castanhos, tipo fisico sem nada de diferente nem chamativo, manequim 42, pé 37 e sem a menor idéia dos números marcados pela balança. Tenho 21 anos e uma infinidade de responsabilidades acompanhadas de sonhos, metas e desejos. Algumas pessoas me empurrando pra frente, me insentivando a seguir, a meter a cara mesmo e "depois a gente ve no que vai dar". E uma caralhada de gente me puxando pra trás e pisando na minha cabeça.
Quando as lágrimas rolam, só eu sei o quanto o meu peito ta apertado, o quanto o meu coração está ferido e como ele dói.
Nunca fui uma profissional exemplar que realmente alguém pudesse se espelhar, sempre dei conta do recado algumas vezes me esforçando mais outras menos. Nunca fui a melhor pessoa do mundo pra dar conselhos; eu não sei dar conselhos porque eu ouço o meu coração, eu respeito o meu corpo. Faço o que me da vontade de fazer, se me arrependo depois, a culpa é única e exclusivamente minha e de mais ninguém. Nunca fui uma filha, a neta, a irmã maravilhosa nem perfeita. Essa nunca foi a minha intensão, mas nunca dei motivos pras que os vizinhos e os outros me denegrissem pra minha família. Não sou aluna exemplar, não tiro as melhores notas nem faço os melhores trabalhos. Nunca repeti de ano.
Sabe o que é? Cansei de ser pros outros. Prometi pra mim mesma - São Jorge é testemunha - de que 2010 seria o meu ano. As coisas iam ser pra mim, por mim e comigo. Eu ia me permitir ser feliz. Deixaria de carregar fardos que não são meus, me envolver com problemas que não são meus, comprar brigas que não são minhas, sentimentos que não são meus. E tudo isso esta relacionado a todos os aspectos. Na regressão que eu fiz, ela disse "todos esses problemas não são teus... não toma pra ti os problemas dos outros. Tu é a pessoa mais importante do mundo pra ti!". É, eu sou. Eu sou um ser único, um ser singular porque só eu vivi o que eu vivi.
E hoje eu cansei, de verdade. Eu avisei tantas vezes - há mais de cinco anos - que essa situação me incomodava e que a infelicidade alheia é a minha infelicidade, que o comodismo, a falta de atitude, de reação me agradiam e terminavam comigo aos poucos. Eu cansei de passar vergonha na rua, com os meus amigos, com a família e até perante os desconhecidos. Cansei de receber "hoje não; eu não tenho; quem sabe outro dia; é muito caro; não!". Cansei do fedor que hoje é caracteristico, cansei do isolamento familiar intensificado a cada dia, cansei desse egoismo, desse "ser bom pros outros", de sentir falta do verdadeiro papel e responsabilidade que tal pessoa tem. Cansei de sentir falta, por ver que a maioria dos meus amigos enxem o peito e dizem com todas as letras a palavra que eu gostaria de dizer com orgulho. Mas infelizmente as circunstâncias não me possibilitam sentir orgulho e o único exemplo, a única lição que eu tiro de tudo isso é do que não devo ser na minha vida, e do que eu não quero pra minha vida! Eu não pedi para estar aqui...
Estou com o meu coração dilacerado, as lágrimas não cessam e o rosto esta cada vez mais inchado, só que eu me permiti ser egoista agora. Eu me permitir buscar o que eu acredito ser melhor pra mim - ou menos pior - mas faço isso sem um pingo de alegria. Muito pelo contrário. Nos meus sonhos as coisas aconteciam bem diferentes, tudo seria cor de rosa e eu teria o apoio devido pra concretizá-lo. Mas eram sonhos e eu não culpo ninguém por não conseguir torná-los realidade. Ninguém tem a obrigação de me fazer feliz, de realizar os meus sonhos. Eu sou a única responsável por isso.
Não sei como vai ser a partir da próxima semana. Fácil, com toda a certeza não será e quem sabe eu não tenha que baixar a minha cabeça, colocar meu rabo entre as pernas e voltar atrás?! Ninguém pode me dizer como vai ser, mas eu ainda tenho com quem contar e eu sei quem são as mulheres da minha vida que estarão pra sempre do meu lado apesar de tudo. Vai ser foda (com o perdão da palavra) juntar cada pertence meu, cada lembrança e carregar a saudade que vai ser constante, mas eu realmente não suporto mais.
Mãe, te peço perdão pelo meu egoísmo, mas por também estar pensando em ti que eu tomei essa decisão, o que não muda em absolutamente nada o meu amor incondicional por ti. Eu sempre foi estar do teu lado pra tudo e é por ti e em ti que eu tenho vontade de seguir adiante!

"Que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que eu anseio (...)"

Com amor...

Um comentário:

Fala garoto, fala garota. disse...

Decisão feita? Sem olhar pra trás...
FORÇA!